quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Como cães e gatos demonstram que estam sentindo dor?

A expectativa de vida de gatos e cachorros cresceu e eles estão pagando o preço, com o aumento da incidência de doenças relacionadas à idade avançada, diz Karina Yazbek, veterinária certificada pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED).  Mas os sinais emitidos por animais idosos com dor são semelhantes aos dos jovens, ressalta a veterinária Denise Fantoni. Segundo ela, outras causas de dor em bichos de estimação são traumas, inflamações na orelha, processos pós-operatórios e ainda uma doença capaz de acometer a função urinária, no caso dos felinos. 

As dores dos nossos bichos

Caso seu animal doméstico apresente os sintomas a seguir, leve-o ao veterinário

  • Tristeza, apatia e prostração
  • Menor interação com o proprietário (não o recebe no portão, não quer brincar)
  • Redução de mobilidade
  • Diminuição do apetite
  • Automutilação (fustigando alguma parte do corpo, como a pata)
  • Ganidos e grunhidos (em caso de dor aguda, como a pós-operatória)
  • Agressividade ou timidez (sinais opostos para expressar a dor)
  • Respiração ofegante e batimentos cardíacos acelerados
  • Insônia e cansaço
  •  
    Cães
    Aumento da carência (ele quer chamar a atenção para mostrar que está mal)
    Não levantar a perna para urinar
     
    Gatos
    Redução dos hábitos de auto-higiene
    Aumento do isolamento
     
    Leitura de sinais - A sinalização de dores é algo relativamente novo na vida dos animais, segundo explica Yazbek: trata-se de uma consequência da domesticação desses bichos pelo homem. Na natureza, para não se mostrar presa fácil, era preciso agir de forma contrária, camuflando fragilidades.

    "Os gatos ainda preservam um pouco desse instinto de sobrevivência: você não vê um deles demonstrando dor quando está perto de cães", explica a veterinária Patrícia Flôr. "Por isso, é mais difícil perceber sintomas: os gatos se escondem no armário, debaixo da cama ou dentro do box do banheiro, porque é gelado e pode amortecer a região dolorida", complementa.

    A auto-mutilação, um dos comportamentos adotados por cachorros com dor física, também pode estar atrelada a perturbações psicológicas. Animais que perdem seus donos, por exemplo, podem se lamber até gerar uma lesão no local alvejado.

    "A carência é causa de distúrbio psíquico: animais que se sentem abandonados chegam a se machucar na tentativa de atrair a atenção do dono", diz Yazbek. Por meio de exame físico, um veterinário pode averiguar se há algo no corpo do animal que o incomode a ponto de atrair lambidas ou se ele sofre de alguma neurose. Um raio-x na área também é recomendado.
     
    Fonte: Karina Yazbek, veterinária certificada pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED); Denise Fantoni e Patrícia Flôr, também veterinárias. http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/fique-olho-humor-seu-animal-domestico
     
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    segunda-feira, 20 de setembro de 2010

    As bactérias que se encontram na boca do animal não ficam só por lá.

    PERIODONPATIAS (OU DOENÇAS CAUSADAS PELO TÁRTARO)

             
    Muitos proprietários se preocupam com a possibilidade de seus cães terem cáries. O que a maioria deles não sabe é que os cães raramente apresentam esta doença que é tão comum no ser humano. Na verdade o problema dentário mais comum dos animais domésticos (cães e gatos) é a periodontopatia, ou seja, uma doença que acomete o sistema de sustentação do dente.

    Normalmente, todo o animal contém em sua boca uma flora bacteriana. Estas bacterias se aderem aos dentes formando a placa bacteriana que aos poucos se mineraliza formando as placas de tártaro que com certeza todos já puderam observar. Alguns animais apresentam mais ou menos tártaro dependendo de sua idade, dieta e principalmente de sua resposta imunológica. Vale à pena ressaltar que animais de pequeno porte como o Yorshire e Pinscher possuem o mesmo número de dentes (42 no adulto) que um Dogue Alemão; apesar deles serem muito menores, o número de dentes parece ser demais para uma boca tão pequena, facilitando um acúmulo maior de tártaro.
     
    Este acúmulo gera um ambiente propício para o desenvolvimento exacerbado das bactérias orais. Como o número destas aumenta muito, o número de substâncias tóxicas produzidas por seu metabolismo também cresce na mesma proporção e daí surgem as Periodontopatias: Gengivite e Periodontite.

    Na gengivite o estágio é reversível e se o animal fizer uma limpeza de tártaro seus dentes ficarão limpos e a gengiva retornará ao normal. Já quando começam a aparecer infecções gengivais com formação de pus, desmineralização do osso que sustenta o dente (a raiz do dente fica aparente) e retração ou crescimento desordenado da gengiva (hiperplasia gengival), está caracterizada a periodontite. Este estágio é irreversível e mesmo após o tratamento o animal ficará com as raízes dos dentes expostas e com a gengiva retraída.

              O sinal mais comum da periodontite é o mau hálito. A fermentação causada pelas bactérias pode juntamente ou não com a presença de pus causar um odor muito forte e desagradável que será logo notado pelo proprietário. Dependendo do estágio da doença o animal poderá estar sentindo dor e com isso poderá deixar de se alimentar, brincar, roer seus ossos e ficar tristonho em um canto da casa.

    O que poucas pessoas sabem é que o maior perigo das periodontopatias não é a perda dos dentes ou o desenvolvimento de infecções locais. As bactérias que se encontram na boca do animal não ficam só por lá. Estas caem na corrente sanguínea e através dela são levadas para todos os órgãos do animal. Os órgãos mais afetados são: coração, rins e fígado e também as articulações. Se por acaso o animal já tiver uma lesão prévia em algum destes locais, a probabilidade de instalação das bactérias junto à eles é muito grande. Estas bactérias causam pequenas inflamações nos capilares das vísceras que com o passar do tempo formam uma enorme inflamação.

              Por estes motivos, assim que você tiver uma chance, verifique a boca de seu cão/gato. Não caia na tentação de esperar mais um pouco para acumular mais tártaro e depois você mandar fazer a limpeza. Quanto mais tempo seu amigo ficar com aquelas placas na boca, mais bactérias estarão "bombardeando" seus órgãos internos. Já existem estudos que apontam as bactérias do tártaro como as mais frequentes aceleradoras da insuficiência renal e cardíaca em cães.

    O tratamento é simples e rápido.
     
    Fonte: Claudia Youle (Médica Veterinaria) no site www.vira-lata.org